sexta-feira, 23 de março de 2012

Leci Brandão: Nosso racismo de cada dia

A Organização das Nações Unidas instituiu o 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial, em memória do Massacre de Shaperville, em 1960, quando 20 mil jovens negros de Joannesburgo, na África do Sul, protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou na multidão e o saldo da violência foram 69 mortos e 186 feridos.

No Brasil, nunca tivemos uma lei do passe explícita, mas, cotidianamente, vivemos as limitações de quem não exerce plenamente sua cidadania. E esses limites podem ser mais perversos, porque não limitam apenas o ir e vir, mas impedem que as pessoas vivam plenamente sua autonomia e liberdade.

Sempre que a polícia persegue um cidadão negro, alegando que este estava em “atitude suspeita”, ou quando seguranças dedicam especial atenção aos cidadãos negros que entram nos supermercados, estamos diante da prova palpável da existência do racismo forjado em nossa herança escravocrata, que faz suas vítimas cotidianamente e que mostra que somos punidos toda vez que tentamos ultrapassar os limites impostos a nós pela sociedade. 

Em São Paulo, a imprensa diariamente mostra casos de violência racial e as estatísticas comprovam que o número de denúncias desse tipo de crime tem aumentado no Estado. Contudo, mais grave do que constatar a permanência do racismo é perceber a banalidade e passividade com que esses casos vêm sendo tratados.

O mais recente aconteceu no último dia 17, em Embu das Artes, quando o ajudante de caminhoneiro Ivan Romano foi agredido por dois jovens. Os agressores estão presos por tentativa de homicídio e a acusação de racismo está sendo investigada. Na semana passada, o músico Raphael Lopes chamou a polícia durante um show de comédia, após ser comparado a um macaco por um humorista. Em dezembro do ano passado, a estagiária Ester Cesário, de 19 anos, afirma ter sofrido discriminação no Colégio Internacional Anhembi Morumbi. Segundo Ester, a diretora da escola teria reclamado de seus cabelos e recomendado que ela os prendesse e alisasse.

Tais casos não são isolados. O racismo em nosso país está impregnado na sociedade, que considera normal o fato de negros receberam salários mais baixos e terem menos anos de estudo e, ao mesmo tempo, faz um estardalhaço toda vez que se propõe políticas afirmativas voltadas para a população negra.

É inegável que o racismo cotidiano permanece, mas é inadmissível que ele não seja contestado, que seja banalizado. Para combatê-lo é fundamental termos o amparo legal e a criminalização de práticas racistas, mas devemos olhar com prioridade para a educação e a cultura como ferramentas.

Na Assembleia Legislativa de São Paulo tramitam mais de 40 Projetos de Lei para a promoção da Igualdade Racial. Boa parte deles é relacionada à educação e à cultura. É importante que a sociedade se mobilize e sensibilize os demais deputados para a discussão e aprovação desses projetos que apontam caminhos para combater o racismo e suas consequências desastrosas, que impedem qualquer tentativa de construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

* cantora, compositora e deputada estadual pelo PCdoB

sexta-feira, 2 de março de 2012

O desfile do Bloco Carnavalesco Perseverança de Vila Rosina é um sucesso!

O Bloco foi um verdadeiro sucesso em seu desfile na comunidade, a Associação Perseverança presidida por Adroaldo Negreiros, conseguiu comprar os instrumentos que custaram  mais de R$3.600,00 reais, também conseguiu as camisas para a bateria do bloco e a  verba para comprar na 25 de março diversos apetrechos para ajudar na composição das fantasias, recebemos muitas fantasias como doação do bloco carnavalesco da Laranjeiras e também da Escola de Samba Águia de Ouro, até os chapéus utilizados pela galera foram  fruto de muito suor e lágrimas dos integrantes da Associação Perseverança, que passaram dia e noite costurando as fantasias para fazer este momento se tornar realidade. O desfile foi um grande sucesso graças à essa junção de fatores que contaram com dezenas de voluntários na comunidade.


A secretária de cultura havia se comprometido em colocar a Guarda Municipal e DEMUTRAN para auxiliar no fechamento das ruas para desviar o trânsito e colocar banheiros químicos para a população ali utilizar, infelizmente não houve o fechamento das ruas e diversos momentos tivemos que enfrentar na raça, carros e até ônibus que queriam atravessar no meio do desfile, não houveram banheiros químicos, agradecemos apenas pelo caminhãozinho de som que nos mandaram. 




E que não tentem tirar o mérito da comunidade de Vila Rosina por ter organizado o bloco e colocando que graças a secretária de cultura tudo aconteceu. 

Agrademos sim aos camaradas da bateria do bloco da Laranjeiras por terem nos ajudado com mais instrumentos para a nossa bateria ficar mais bonita, agradecemos ao Dárcio que fez junto com sua família o nosso carro alegórico e de maneira voluntária foi o nosso mestre de bateria, agradecemos ao camarada Dilsinho que coordenou os ensaios e ajudou na correria pela aquisição de diversas fantasias, agradecemos a Cristiane por organizar as alas e com diversas outras voluntárias da comunidade por passarem dia e noite costurando, agradecemos aos moradores da Amábille Della Torre que nos auxiliaram fechando a rua para todos os ensaios, agradecemos aos pais da Rose que permitiram guardar os instrumentos na casa deles, enfim, agradeço a todos que de maneira humilde, sincera e empolgada com sua alegria ajudaram a compôr as alas que fizeram o bloco se tornar realidade.
Ano que vem teremos mais Bloco carnavalesco da Perseverança de Vila Rosina e com certeza será muito melhor do que o deste ano e no que depender da Associação Perseverança ele nunca mais irá acabar.


VIVA A PERSEVERANÇA, VIVA A COMUNIDADE E VIVA

A NÓS MORADORES!!!

Acompanhe as atividades da Perseverança: www.associacaoperseveranca.blogspot.com